Numa noite qualquer que na verdade não me lembro de
muita coisa, sai com minhas amigas atrás de diversão e percebi que não iria dá
certo. Senti que estávamos no lugar errado quando nenhum dos carinhas falou com
a gente. Enfim só sei que acordei no outro dia no chão de um quarto que possuía
um odor forte e enjoativo de algo que não entendi bem oque era. O local estava
escuro a ponto de eu não enxergar meu próprio nariz, fui tateando o lugar com
as mãos em busca de um interruptor ou maçaneta e não é que achei os dois. Ao
ligar a luz percebo o corpo de um cara na cama e resolvo me aproximar, ele esta
tão calmo que ouso por a mão em seu peito. Parado. Ele não respirava e isso me
assustou. Não sabia oque deveria fazer então apenas me afastei. Desespero era
tudo que sentia. Abri a porta e simplesmente corri. Corri. Corri. Até bater em
alguém, sussurrei um desculpa e tentei dribla-lo. Ele me pegou.
- Pra que tanta presa princesa?
- Me solta.
- Pra que? Pra você ir correndo ficar com ele?
- Do que você está falando?
- não se faça de desentendida garota, pensou que
ficaria tudo bem? Achou que iria me trocar pelo meu irmão e ficaria tudo bem?
Então era isso, meu fim esta próximo agora, e eu podia
sentir isso. Não sabia quem ele era, mas sabia que me mataria ao saber de seu
irmão. Foi então que vi uma esperança quando consegui me soltar. E então corri.
Corri. Corri até chegar a uma pequena lanchonete. Confusa sentei no canto, no
fundo onde era difícil me notarem. Abri minha bolsa e nela havia um livro. Não
sabia de onde ele tinha saído porem o folheei do mesmo jeito, nele possuía
cantos, encantos e historias, no entanto o que mais me chamou atenção estava na
ultima pagina. Meu nome. Nada mais do que isso. Fui aos poucos voltando às
paginas e mais uma coisa me chamou atenção, uma frase que dizia “siga sempre
seus sonhos e desejos, pois um dia você parte e apenas suas lembranças partiram
com você”. Com certeza essa ultima lembrança eu não queria que partisse comigo,
não gostaria de pensar que desejei um cara e... Ele morreu ao meu lado. Fechei
o livro e olhei o relógio em meu celular que marcava exatamente três horas da
tarde. Em data estava escrito 22 de junho de 2017. Um dia após o solstício de
verão. Foi então que me lembrei do baile do sol que aconteceu ontem próximo a
minha casa. Deve ter sido lá que os conheci, deve ter sido lá que começou, deve
ter sido lá que o encontrei. Olhei para o livro em minha mão e sorri. Não um
sorriso de felicidade, mas um misto de tristeza e arrependimento. Agora sabia
do que se tratava o livro e sabia que eu havia o usado. Sabia que a culpa era
toda minha. Sabia que teria que protege-lo. Que teria que me proteger. Eles
viriam atrás de mim e a única coisa que sabiam era que meu nome é Megan.
- N. Garcia
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